sexta-feira, 26 de junho de 2009


Não muito longe, encontrariam um campo florido, rico, um verdadeiro cartel de flores à escolha, que a chuva repentina decidira apagar.
Ela viajava com os seus sentidos, deixando-se absorver pelo vento e aquele frio repentino que congelara o que de mais precioso haviam conseguido.
Ele, entorpecido, desvanecendo-se, confrontava o céu cinzento que o invadia, juntamente com um chamamento eterno.
Não havia palavras, lágrimas, gestos capazes de abafar o próprio silêncio que entoava alto, enquanto ambos faziam preces para que lhes ocorresse uma mentira adocicada, capaz de desfazer a insípida memória que, cismava em prevalecer, intrometendo-se no caminho de dois mundos unidos por algo bem maior e que um dia lhes havia parecido indestrutível…num dia em que as nuvens carregadas de choro não mancharam a patela colorida daquele campo de flores.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Teatro


Eis o ultimo ensaio. Agora é coisa séria.
Não há tempo para pensar nas falas! Tens de as soltar naturalmente.
Olhos baços, coração inquebrável e faz-te de mouco, de cego. Não olhes para a plateia, a assustadora plateia, pronta para te aplaudir ingratamente, desonestamente. Apaga-os, ignora apenas todos os sussurros e crueldades que te tentam chegar aos ouvidos. Sou só eu quem te presta atenção.
Consigo seguir com os lábios mudos as tuas deixas e imitar todos os teus gestos.
És tu quem brilha com mais força no meio de todos aqueles corpos bem treinados, trabalhados e disfarçados...continua.




E agora..tempo de fechar as cortinas.
Corro para o camarim enublado pelo pó de arroz que tantas vezes que me mascarou…não há sinal de ti.
Faz poucos minutos que se deu fim á ultima cena.
Começam a destruir os cenários, a desmontar as luzes.
Fujo lá para fora e sento-me nas escadas do auditório. Interrogo a noite, talvez ela saiba onde te terás metido e por fim, desisto. Atravesso a rua sem fim, de mãos nos bolsos, onde apanho um retalho de papel.
“Sarrabiscaste-o”, confiante, frio e curto:

“Vitória, vitória, acabou-se a história”.


Culpa minha, por sempre te ter visto como um grande actor.
Quanto ao final feliz..hei-de procurá-lo sozinha.

Ohime-sama


Hoje fizeste-me princesa, por isso, vou parar todos os relógios deste castelo de papel e recolher com cuidado os nossos corações de vidro.
A meia-noite espreita e eu quero MESMO ser princesa…para sempre.

sábado, 20 de junho de 2009

Memories


Hei-de um dia olhar para trás, buscar-te por todos os cantos do coração, encontrar-te e limpar todo o pó que encobre memórias e as teias de aranha emaranhadas em chagas.
Sei que nesse momento vou conseguir olhar-te nos olhos, sentir o meu coração bater forte e sorrir-te…no fundo és uma boa memória, daquelas que ainda me faz sentir o sangue pulsar nas veias e arrepios percorrerem todo o corpo.

Mas isso há-de ser um dia…daqui a muito tempo.

Eu já te disse que um coração partido leva o seu tempo a sarar.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Enough is Enough


Um "não" é um não. Não vai ser o meu jeito mimado e egoísta que o vai mudar, e muito menos o desejo, não recíproco, de te ter.

Não te preocupes, não vai doer. Prometo que continuarei a caminhar contigo, de mão dada, mas desta vez...com os pés bem assentes na terra.

segunda-feira, 27 de abril de 2009



"I won't let her go...not again."

sábado, 25 de abril de 2009

Dúvida(?)


Isto não é vida para mim…entre decidir dar início a um novo trajecto ou permanecer nesta ruela deserta à tua espera, estende-se uma estrada de interrogações, prós e contras, uma estrada que eu não posso percorrer com a mísera força que tenho. Fui gastando-a enquanto perguntava a mim mesma o que, possivelmente, te passava pela cabeça: o que desejas, o que simplesmente não queres e o que te deixa indeciso. Mas acerca de algo estou segura...sei que não passo de uma dúvida e, por isso, peço-te:
Faz de mim uma certeza.